domingo, 23 de outubro de 2011

EMPREENDEDOR X EMPRESÁRIO

O ponto em que o empreendedor se diferencia do é que o empreendedor é o pioneiro ou o criador de empresa; aquele que tem o mérito de iniciar um empreendimento empresarial, de lançar-se ao mercado com o objetivo de explorar novas oportunidades de negócios. O empreendedor e o empresário são duas figuras que se completam e se diferenciam das demais pelo fato de terem optado por um tipo de atividade com valores bem determinados, no caso dos negócios. O empresário "cresce" mais do que o empreendedor, o pioneiro, o criador da empresa. Começa aqui a surgir o empresário, iniciando, ou continuando a sua trajetória, distanciando-se do empreendedor pelo fato deste continuar insistindo em permanecer agarrado ao pequeno negócio ou mesmo em não querer desenvolver-se como pessoa ou como homem de negócios. O empreendedor é um homem de muita iniciativa, dotado de uma personalidade agressiva, um eterno farejador de oportunidades, sobretudo, aquelas ligadas ao seu interesse e motivações. Um dos fatores de sucesso do empreendedor é lançar-se naquilo que ele gosta de fazer. O empreendedor é um criador de negócios e muito trabalhador, não só porque faz aquilo que gosta, mas também, porque a quase totalidade dos seus empreendimentos gira em torno dele. Ele faz e gosta de fazer tudo sozinho. O seu sentimento de propriedade é muito acentuado. A empresa é a sua própria pessoa. Geralmente, é um indivíduo com muitas idéias, adora o risco e, normalmente, é possuidor de capacidade de iniciativa para se lançar em novos negócios, assumir riscos, costuma encantar este tipo de pessoas, apesar de muitos empreendedores se limitarem a tocar seus pequenos negócios, que estão dando certo. Há uma complexidade de fatores responsáveis pelo surgimento de empreendedores e criadores de empresas. O envolvimento dos empreendedores com a empresa é tão grande que se torna difícil - e até impossível dissociar os "objetivos" da empresa dos pessoais, e a complexidade de motivação para os negócios aumenta de tal forma que fica difícil saber quais as verdadeiras razões pelas quais um indivíduo, ou grupo de indivíduos, criou um negócio. Esta complexidade aumenta quando as razões de existência do negócio se alojam, muitas vezes, nas profundezas do inconsciente do empreendedor. O empreendedor (pioneiro, criador de novos negócios) começa a ter o seu papel sufocado quando sua obra empresarial (empresa ou grupo de empresas) cresce acima de suas possibilidades e ele não teve a iniciativa ou condições de dotar seus empreendimentos de uma estrutura organizacional e gerencial de ter o seu talento criativo e de realização ampliado e, acima de tudo, de ver sua obra consolidada e bem sucedida ao longo de sua vida, principalmente depois de sua morte. O empresário é, também, um criador de empresas, apesar disso, é mais raro o empreendedor ser um empresário. A não ser quando ele, o empreendedor, consegue romper suas limitações de meio fazedor de negócios; o empresário tem, portanto característica de pioneiro, de empreendedor, apesar de haveres bem-sucedidos empresários que não criaram empresas, residindo seus méritos em administrar com competência a obra herdada por seus antepassados. O empresário, entretanto tem outras características, usualmente não existentes no proprietário-empreendedor. Uma delas é que ele (o empresário) "cresce" tanto no plano individual (como pessoa, como indivíduo, como ser humano), quanto no empresarial, cumprindo obrigações ao nível de nobre missão empresarial, investindo e realizando projetos, criando riqueza, dando empregos, contribuindo para o desenvolvimento do país no qual ele opera e lucra. Assim, o empresário situa-se num plano superior ao do empreendedor, devido ao seu corre-corre no dia-a-dia, tem dificuldade de evoluir, desenvolver as tarefas mais relevantes, apesar de não ser a rotina de empresa a causa principal de sua não evolução. O indivíduo torna-se empresário quando consegue superar hábitos de empreendedor, de meio criador e tocador de novos negócios e passa a se envolver com tarefas de grande magnitude, mais ligadas à sociedade global. Diga-se de passagem: o ambiente externo é o verdadeiro local de trabalho de empresário. Quanto mais fica desligado da operação da empresa, mais ele justifica seu papel de empresário. A operação é de responsabilidade dos executivos. O fato de a empresa ser conduzida pelo empreendedor ou pelo empresário tem marcantes reflexos na forma de geri-las. Quanto mais o empreendedor não evolui para a categoria de empresário, ou seja, continua encolhido na sua condição de empreendedor, ele tem uma tendência de querer que seus executivos trabalhem mais para "ele" do que para a empresa. No entanto, à medida que vai evoluindo para a condição de empresário, a organização vai-se estruturando e tornando-se mais impessoal. Assim, os executivos trabalham mais para a empresa do que o "dono" da empresa. À medida que a empresa se vai profissionalizando, libertando-se da presença do "dono" (como acontece, de forma acintosa, nas empresas familiares). Um empreendedor é sempre um empresário em potencial ele possui características que o situam como um dos principais agentes do sistema econômico que valoriza a iniciativa privada. Um empreendedor é aquele indivíduo que assume um papel ativo do agente econômico. Toma a iniciativa, assume risco e dá partida no seu projeto: o empreendimento. Um empreendedor é igualmente, um indivíduo que trabalha bem acima de média e se gratifica muito com os resultados positivos, sejam materiais ou subjetivos, de sua obra. Poderia ser comparado a um artista plástico ou a um compositor que, possuindo condições especiais de ordem psicológica ou até genética e com senso de oportunidade acima da média, se move na direção de preencher ou de criar novas oportunidades. Um empresário é um empreendedor em outra escala e com diferentes desafios e perspectivas. Eu diria que todo empresário é, necessariamente um empreendedor, mas nem todo empreendedor é, necessariamente um empresário. Vejam o motivo: um empresário possuir as características fundamentais do empreendedor e, além disso, uma visão mais ampla de suas responsabilidades sociais. Ele se diferencia também do empreendedor na sua forma de administrar um negócio. A um empreendedor é permitido um maior espaço para improvisar e administrar de maneira não ortodoxa. Um empresário, por outro lado, precisa ter uma visão mais ampla, no espaço e no tempo. No espaço, atendendo às suas obrigações para com a sociedade em geral e para com o país. Necessita olhar o seu empreendimento (a empresa) como uma instituição que transcende necessariamente a sua própria figura e se insere num contexto de permanente contribuição para a riqueza de seus funcionários, seus acionistas e o próprio país. Existe uma diferença entre empreendedor e empresário. A atitude do empreendedor no ato pioneiro, quase intuitivo, de lançar-se a algum empreendimento nem sempre significa que ele tenha as características exigidas hoje, do moderno empresário, pois se resumem numa extraordinária capacidade de tratar, de levar ao mercado um produto de qualidade e custos satisfatórios. Então, nem todo empreendedor tem, necessariamente, características de empresário. Mas, o empresário, para ter sucesso, precisa de uma cota de empreendedor para garantir a sobrevivência plena de sua empresa. "A diferença entre o empreendedor e o empresário, é que o empreendedor, como a própria palavra o diz, é aquele que empreende alguma coisa, que inicia e tem, inclusive, essa ambição de empreender muito mais como o administrador de alguma coisa que existe de uma empresa. Quer dizer: ele é muito mais um administrador no sentido de manter a vida de um ou mais empreendimentos de forma permanente. É aquele capaz de montar uma estrutura dentro de um planejamento ou de uma empresa e a transforma numa coisa permanente. O empreendedor pode ser aquele que faz o projeto, e, terminado, já não tem as mesmas condições de administrar aquele empreendimento: enquanto o empresário, como a palavra o diz, é um homem que, no fundo, administra, gerencia uma empresa e faz com que ela progrida. Essa é a diferença básica entre o empreendedor e o empresário. E quando você pede para estabelecer as fronteiras de atuação, podemos dizer exatamente isto: o que faz o negócio novo, o que se dedica a construir, a realizar alguma coisa, seja uma máquina, um produto, uma invenção, ou outro tipo de projeto que ele empreende. Mas o empresário é aquele que chega após o empreendimento existir, administra e faz com que esse empreendimento prospere. "O empresário é alguém que zela mais pela instituição do que pelo objetivo do trabalho: tem a visão da continuidade da sua obra, que estará viva além de sua própria vida física, que qualquer coisa que se plante; dela se colherá algo. Mas não necessariamente sob a forma de lucros, de resultados reais ou mesmo em tempo curto, visível e determinado. O empreendedor é aquele que vive cada momento o objetivo prático de sua ação. E consegue equacionar os problemas de modo correto que os resultados apareçam com data visível, números claros e perfeitamente definidos. As fronteiras de atuação de cada um deles são nítidas, porque, na realidade, as empresas deveriam ter ambos os modelos. Um empresário puro seria o poeta do empresariado, um indivíduo que não busca resultados imediatos; não os tendo, interrompe a obra de formulação de sua empresa. E um empreendedor dificilmente sobrevive aos debates da adversidade, quando ocorrem. "Alguns indivíduos desejam gerenciar seus negócios e estão preparados para arriscar seu próprio capital, iniciando um empreendimento, tornando-se responsável pela geração de empregos para outros indivíduos. Eles podem gerenciar pequenas lojas, restaurantes, ou estabelecer-se com grandes fábricas. “Muitos homens empregados em organizações com pouca ou quase nenhuma - chance de promoção - consideram montar, iniciar seus próprios negócios, como o próximo e decisivo passo de suas vidas”. É possível fazer uma diferenciação clara entre o indivíduo que é chamado de empresário e outro que é denominado de empreendedor (entrepreneur). Uma pessoa pode ser empresário sem ser um empreendedor e vice-versa, é o que nos ensina o Peter F. Drucker - DRUCKER diz que: a) O empreendedor não é um capitalista, embora precise de capital; b) O empreendedor não é um investidor, todavia assume riscos; e c) O empreendedor não é um empregado, contudo possa ser, e freqüentemente o é, um empregado - ou alguém que trabalha sozinho e exclusivamente para si mesmo. Empreendedor para Drucker é alguém que cria algo novo, algo diferente, que modifica ou transforma valores. Ele está sempre buscando a mudança, reage a ela e a explora como sendo uma oportunidade. Os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. O empreendedor, por definição, transfere recursos de áreas de baixa produtividade e rendimento para áreas de produtividade e rendimento mais elevados. De acordo com o raciocínio de Drucker, o fato de alguém abrir uma nova empresa não faz dessa pessoa necessariamente um empreendedor. Ela poderá estar iniciando um negócio igual a tantos outros já existentes no mercado.